sexta-feira, 1 de junho de 2007

A Última das Peregrinações…

Não, não vos vou falar da morte. Hoje é dia de partilhar convosco um pouco de vida, e vida de pároco de aldeia.








“Tudo o que tem um princípio tem um fim”, diz o povo. Logo tendo iniciado o mês de Maio com uma peregrinação tinha que terminar com uma peregrinação, passe a redundância.

Antes de fazer um breve relato desta última, realizada hoje quinta-feira, gostava de vos falar de uma que se realizou, e realiza com alguma regularidade à três anos a esta parte, no passado domingo, por coincidência no domingo de Pentecostes.




Esta peregrinação realiza-se num pequeno Santuário Mariano situado no sopé de uma pequena montanha que por sua vez faz parte do extenso e maravilhoso Vale da Vilariça.




Esta romagem ao Santuário Mariano de Nossa Senhora do Castelo, assim é conhecido, realiza-se normalmente no 3º domingo do mês de Maio, mas este ano mercê de algumas razões de natureza paroquial coincidiu com o 4º domingo e com a Solenidade de Pentecostes, segundo reza a lenda, que um dia vos contarei aqui se assim o desejardes, por volta do 3º domingo de Maio o Monte da Senhora do Castelo veste-se de Açucenas como sinal de confirmação do pedido feito por Nossa Senhora a uma pastorinha e atendido por esta e toda a comunidade.



Começa a peregrinação nas diversas comunidades próximas do Santuário, uns a pé outros de carro, juntam-se no terreiro da capela e recita-se o terço em honra de Nossa Senhora do Castelo, no final celebra-se a Eucaristia e faz-se a procissão em volta do Santuário.



No fim da cerimónia religiosa há lugar para uma pequena partilha de farnéis, para o qual o padre leva unicamente a tradicional vontade de comer o povo é que tem que o alimentar.



Como é típico do povo português também há lugar e tempo para a brincadeira à qual nem o padre se furta que ávido pela merenda é sempre apanhado com a boca na comida à boa maneira transmontana, ora digam lá que não.







Depois da brincadeira veio o trabalho e ainda nessa noite foi preciso celebrar mais uma Eucaristia e fazer uma procissão das velas.







Terminou o mês de Maria com mais uma celebração mariana, desta feita na pitoresca comunidade da Horta da Vilariça. Começou com a dita celebração com a procissão de velas que saiu da "capela dos olmos", situada no centro da aldeia, em direcção à igreja matriz onde foi celebrada a Eucaristia finda a qual se retomou a procissão de velas de regresso à "capela dos olmos" onde se recolheu o andor de Nossa Senhora de Fátima.

Um fim de mês e de dia lindo com o louvor a Maria Santíssima neste dia em que a Igreja celebra a solenidade da Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel, como reflectimos na Eucaristia Maria visita sua prima desafiando-nos a visitar-mo-nos mutuamente e a disponibilizar-nos para apoiar quem mais necessita de nós.

Que o exemplo de Maria desperte em nós o desejo de servir o próximo.


11 comentários:

reporter peregrino disse...

Pcl!!!

Muito tu peregrinas, isso é que é!!!
Muito bem! Gostei de ficar a saber mais um pouco dessas gentes transmontanas e fico desde já á espera da lenda...

beijinhos nesse teu coração lindo e peregrino!!!


:))

Cátia disse...

Lindo,

Ao contrario do que possas imaginar, eu tenho passado por aqui todos os dias e lido as tuas aventuras... Andaste ausente durante uns dias, com a dinha a substituir-te sempre em grande (como é habito..).

Gostei de ver a tua foto, ver-te de perto :)

Venho desejar-te um feliz da criança também... que nunca deixes ir embora a criança que há dentro do teu coraçao lindo!!

Beijinhos grandes da vossa menina
(se a dinha vê o comentário, fica com ciumes...ahahah)

figlo disse...

Há anos visitámos a sra do Castelo.
ainda lá não andavam os teus passos como pároco.
Chegámos por caminhos de cabras em tarde de sol radioso e silêncio.
Eramos só nós dois lá no alto.
Só nós?
Emtuda a beleza Deus está!
Tanto dali como de S. Gregório, onde muito gostamos de parar,um esplendor se abre aos nossos olhos.
És um privilegiado!
Comunidades capazes de viver a Fé e a Alegria, de partilhar vidas e farnéis...
e a grandeza humanisada do Douro,
montes, escarpas e vales férteis...
Deus seja louvado!!!
Beijos e abraços.

Alexandra disse...

E hoje mais do que ontem é dia de comerar a vida..pois hoje é dia das crianças e elas são o que a vida tem de melhor...são a esperança de um mundo renovado com paz

agradeço muito as visitas e fiquei contente por saber que gosta de passar por lá...que o diverte, por isso vou esperar sempre pelas suas visitas
eu volto pois gosto de sentir a calma que anda por este cantinho
Cumprimentos

Anónimo disse...

ola
eu sou mto suspeita para falar da Nossa Sra... afinal tenho nela uma crença enorme... em horas de aflição foi sempre ela quem me acudiu, e me ajudou a levantar para continuar em frente... a ela agradeço sempre pela luz q traz à minha humilde vida...
gostei mto de te ler... mta paz se sente neste cantinho...

bjos sempre doces

p.s- no meu "jardim" (cantinho) serás sempre mto bem vindo... o meu jardim é o teu jardim...

figlo disse...

quem escreveu "humanizada" com "s" devia ser obrigado a emendar o erro escrevendo 10 vezes e rezar 3 ave-marias de penitência!

Elsa Sequeira disse...

Pcl!!!

Feliz dia da criança pa ti!!
Então a nossa menina acha que eu fico com ciumes! ahahahahah!!!
Os meus afilhaditos não me deixam ter tempo de ter ciumes, vão enchendo-me de tanto amor, que eu nem tenho tempo de ter ciumes!!! ahahahahahah!!

beijinhos!!!

Fá menor disse...

Olá Pe.cl!

Gostei de passar aqui e ver a linda peregrinação.
Deve ser um local espectacular!
E então com a Mãe do Céu, melhor ainda!

Beijinhos

Fa-

Sílvia disse...

Li...gostei da dedicação :)

Beijoca

Anónimo disse...

Que pena tenho em não ter participado nesta peregrinação e convívio!

Mas sem falta lá estarei no último sábado de Agosto para A Festa.

Estou a gostar imenso do blog!

Anónimo disse...

Hoje tenho andado perdida por aqui. Conhecendo melhor a história desta casa que sempre me transmite um pouco de paz, não que eu esteja em guerra, mas porque me dá tempo para pensar no turbilhão de coisas que sempre anda em revolução na minha cabeça. Mas adiante, li o primeiro post. Gosto de ler o post inicial de quem visito e que me toca, gosto de perceber a evolução, os caminhos que se seguem. Fiquei também a conhecer um pouco melhor o nascimento do PCL, embora tivesse acompanhado um pouco esse nascimento no Ticho, que é sem duvida um local especial à imagem da sua autora.
Até que cheguei a este post, onde foi impossível conter-me sem comentar. Onde foi impossível não sorrir. Pelo humor desta passagem: "No fim da cerimónia religiosa há lugar para uma pequena partilha de farnéis, para o qual o padre leva unicamente a tradicional vontade de comer o povo é que tem que o alimentar.", e principalmente, pela foto que chega quase em seguida. É muito bom quando conseguimos atribuir um rosto a quem já faz parte do nosso grupo de "amigos", é bom sentir-se a pessoa real. Fico contente por ter feito hoje esta "viagem" ao cimo da montanha.
E agora, porque hoje estou especialmente faladora... até nem estou... digamos que é uma confissão. Hoje, depois deste rosto consigo finalmente descolá-lo da imagem com que o visualizava. Não sei bem porquê, mas via-o numa imagem já turva que trago comigo, de há muitos anos, diria que perto de 20. A imagem do Padre Carlos, que foi meu professor de Religião e Moral por alguns anos e o único Padre a quem me confessei, uma confissão das que implicam confessionário e penitência. O Padre Carlos era um "bacano" como nós miúdos dizíamos, que teria na altura vinte e tal anos julgo eu. As aulas dele eram divertidas, desvendavam um Deus bondoso, cheio de Amor, bem diferente do que eu ouvia na missa de Domingo. Missa a que assisti enquanto quis e enquanto tive medo se não o fizesse. Medo de ser castigada, medo do castigo vir para a minha família... medo do castigo de Deus... agora essa ideia parece-me completamente idiota, mas na altura...
O Padre Carlos foi para uma paróquia que desconheço o nome, mas que certamente está feliz com ele, tiveram sorte! Os que o têm a si são também bastante afortunados!
A forma de estar que aqui tenho percebido em si, é em muito idêntica à do Padre Carlos, talvez daí a comparação. Vejo em si, como vi nele, acima de tudo um Homem, com uma Fé tremenda e uma generosidade tocante. Um Homem que ri e chora como todos nós, um Homem em tudo nosso semelhante e não um semideus. Um Homem que escolheu um caminho especial, acredito que um caminho que se revela muitas vezes difícil e complexo, mas certamente compensador. A compensação que vem da certeza de que fazemos o melhor que sabemos e que seguimos o que acreditamos.
... Isto já vai longo, talvez demasiado longo... peço desculpa pelo tempo que o fiz perder neste meu testamento que nunca mais acaba. No fundo este comentário num outro dia seria mais curto, algo do género: Gostei muitíssimo de o ver!
Um abraço!