Nas sossegadas margens de um rio
Chamado saudade
Permiti que as palavras fossem silenciadas
Quedei-me na fresca sombra dos salgueiros
E deixei que o som das águas correntes
Me levasse para um lugar longínquo
O lugar das minhas recordações
Como passou depressa o tempo
Nas margens deste rio
O meu rio de saudade
Recordei a infância com as suas tropelias
As corridas, o jogo das escondidas
A apanhada, a cabra cega…
Que saudades Deus meu, que saudades
Do tempo em que tudo parecia possível
Em que os sonhos eram um lampejo de realidade
Em que perder a corrida motivava o choro
Que silenciava com um pequeno afago
Como passou depressa o tempo
Nas margens deste rio
O meu rio de saudade
Com leveza evoquei a minha adolescência
Tempo de quimeras
Adocicadas no fervor da puberdade
Sonhos de menino com desejo de seguir em frente
Lançando-me nos braços da aventura
Em que subir mais alto era sinal de bravura
Destemidamente nem o olmo mais alto escapou à minha escalada
Como passou depressa o tempo
Nas margens deste rio
O meu rio de saudade
De relance revi a minha juventude
Toda vivida na perseguição de uma entrega
Nas mãos d’Aquele que me chamou à vida
Época de encontros e desencontros
Na incerteza de um caminho que teimava em ser esquivo
Por entre avanços e recuos
Nas escarpas de um sonho que começava a ser realidade
Como passou depressa o tempo
Nas margens deste rio
O meu rio de saudade
"Até que enfim cheguei ao cimo da montanha após uma jornada extensa e fatigante. Passei o olhar em torno e, pronto, o olhar apanha tudo que a vida tem de belo e contrastante. … … Graças vos dou, meu Deus, graças vos dou, Senhor, por sentir que me ergui dos abismos da treva, por sentir mais intensa essa luz que me eleva, suave irradiação do Vosso imenso amor."
domingo, 8 de julho de 2007
Rio de saudade...
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7 comentários:
Rio que flui até ao mar, seguindo sempre o seu percurso!
Um abraço
Oh!! PCL!!
Como adorei este momento lindooo!!
beijinhos no teu coração liondooooo!
deixa-me também ficar aí um pouco... nas margens desse rio de saudade...
e sonhar que o sonho pode não ser sonho, se o coração for sempre lindo e criança
porque afinal, tantas vezes continuamos a perder a "corrida"... e o "olmo mais alto" continua a ser um verdadeiro desafio...
e o pequeno afago continua sempre a ser bemvindo...
abraços fortes em Cristo
Como a saudade é doce!...a da infância... a da juventude...a da madurez da nossa vida...sempre acompanhada de memórias...
Irmão e amigo (logo de manhã me fizeste chorar...) Todos os caminhos são incertos e é a caminhar que os vamos abrindo. com coragem! Que o olhar para trás , embevecidos, não nos atrase na caminhada, porque os rios correm sempre para o mar, entre pedras, cachões e sobressaltos. Só na foz descançam...e a nossa vida por vezes como a deles...
um grande abraço do "fi" e um afago terno meu.
.
Como é que se pode emendar um erro ? ortográfico, claro...
descanso para corrigir descanço...
peço desculpa!
Uau!
Fiquei sem palavras! Este poema está uma delicia!
Parabéns!
beijinho
Tantas caminhadas nas margens desse rio da saudade.....
Parabens pelo poema maravilhoso!
Beijinho
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