quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Os Erros

A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida - o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos

Deverá passar tudo a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?


Sophia de Mello Breyner Andresen, O nome das coisas.

2 comentários:

Fá menor disse...

Quando se cometem erros às vezes torna-se muito difícil superar.
Recomeçar numa página em branco sim, mas nas páginas que foram escritas nem sempre a tinta se esvairá tão depressa!

Bjinhos

Fa-

Anónimo disse...

Pelos ensinamentos de Deus, nunca é tarde...

Quanto a mim, diria que há coisas insuperáveis... as páginas não se apagam, viram-se, mas ficam no livro da história... algumas, ficam tão pesadas, que nunca se viram...

...

Mais um belo poema!

Beijinhos.