terça-feira, 24 de setembro de 2013

Uma casa abandonada...






Subi a montanha a medo, já quase nem me lembrava do caminho...
Aproximei-me devagar, pé ante pé, parecia uma daquelas casas que dizem ser assombradas... 
Nas imediações só havia mato e silvas já ninguém ousava transpor os umbrais  da porta tal era a ruína a que chegara, empurrei a porta que rangeu nos gonzos devido à falta de uso, dentro um cheiro a mofo, o pó era o rei da morada...
Comecei por abrir as janelas para deixar entrar o ar varri o chão com uma vassoura de gestas que tinha cortado na encosta, aproveitei a camisa velha já gasta pelo tempo para limpar o pó... agora já podia respirar...
Ainda perguntei por onde andaria o repórter peregrino para deixar que este doce lar de outrora tão só... certamente andaria preocupado com a minha ausência... o meu silêncio... mas agora que eu volto a ter tempo de sobra prometo voltar mais vezes... terei que vir em breve porque hoje já não tenho tempo para limpar as teias de aranha...
Como é bom poder voltar a este cantinho onde destilei tantas lágrimas e onde sorri tão genuinamente no encontro com tantos outros peregrinos...