quinta-feira, 24 de abril de 2008

O Casebre 2

Após muitas tentativas frustradas de fuga ao olhar atento dos progenitores eis que era chegado o momento esperado e desejado, era esse o dia ideal para escalar a montanha e perscrutar os segredos que se escondiam para lá da amurada da cerca e no interior do casebre… seria no dia de São Sebastião, dia em que tudo se perdoava até as aventuras e devaneios da canalha. Pois claro nesse dia é que haveria de ser… custava ainda mais a demora da chegada do dia, contavam-se primeiro os dias:

- Já só faltam oito dias – dizia o manel, de faces coradinhas, o mais traquina e ladino de todos.

- Pois mas ainda são oito dias – dizia o luís, impaciente mas sempre bem comportado, pelo menos era o que toda a gente dizia, contudo pela calada e a coberto deste reconhecimento público da sua virtude de quando em vez lá urdia os seus planos e realizava as suas partidas.

- Então só são oito dias, para quem esperou tanto tempo oito dias passam rápido – replicava em tom solene e conciliador o Carlitos.

E logo todos em coro repetiram - claro é rápido que chega esse dia verás luís, mas tem cuidado não vás com a tua impaciência deitar tudo a perder, tu vê lá se eles descobrem o plano nunca mais nos dão rédea larga.

Estava definido o dia e a forma de fugir aproveitando a liberdade que a festa da aldeia lhes dava, parece que até o Santo os queria ajudar. A partir daquele momento era ver a criançada alegre e obediente até os pais estavam admirados.

Os dias foram-se passando… na noite da véspera de 20 de Janeiro depois da procissão de penitência todos os miúdos se recolheram na esperança de que por se deitarem mais cedo a noite passasse mais depressa.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

...E porque...

Gostava de te dar rosas verdadeiras, estando longe deixo-te aqui estas que não murcharão por certo e as poderás visitar sempre que queiras.







... E porque já é dia 18 de Abril deixo aqui mais uma vez os parabéns a essa pessoa maravilhosa que é a Elsa, a minha querida "dinha", principal culpada da existência deste espaço.

Obrigado por existires, Elsa Nyny.

Beijinhos no coração.


"Até que enfim cheguei ao cimo da montanha
após uma jornada extensa e fatigante.
Passeio o olhar em torno e,
pronto, o olhar apanha tudo
que a vida tem de belo e contrastante. ……
Graças vos dou, meu Deus, graças vos dou, Senhor,
por sentir que me ergui dos abismos da treva,
por sentir mais intensa essa luz que me eleva,
suave irradiação do vosso imenso amor.
"In Cristiano Cartaxo, No Cimo da Montanha


Nasce hoje este espaço de comunhão, de reflexão e de partilha, no mesmo dia em que alguns anos atrás nascia uma pessoa maravilhosa que conheci por estas bandas e que me lançou um desafio de participar no Blog "Raízes do Mundo". Assim esta é uma simples mas sentida homenagem a essa pessoa linda que eu muito estimo, parabéns ELSA NYNY. Agradeço o teu desafio e rezo para que ELE me dê inspiração a fim de não te desiludir.

Provavelmente perguntar-me-eis porquê " No Cimo da Montanha", as razões são múltiplas, porque do cimo da montanha se vê a paisagem maravilhosa que se encontra no sopé, porque o cimo da montanha é o local das teofanias ( Sinai, Horeb, Tabor, Calvário, Alverne, etc), porque habito numa localidade de nome Cardanha situada no cimo de uma montanha de onde se pode avistar a planura do Vale da Vilariça e o serpentear prateado do rio Sabor e porque do cimo da montanha se pode sempre descer ao sopé e admirar a beleza das cores que se divisam ao longe.
Convido-vos a todos a fazer esta escalada comigo subindo a montanha da amizade, admirando a beleza da vida nos seus contrastes e permitindo que o imenso amor de Deus irradie na blogoesfera através das nossas palavras e testemunhos.Desculpa ELSA usar as tuas palavras, a todos envio beijos no coração Pe.C.L.

Publicada por pe.cl em 4/17/2007 10:38:00 PM


Faz hoje 1 ano que esta escalada começou, conheci pessoas lindas, fiz amigos, sonhei metas...
A todos obrigado por fazerem parte desta caminhada.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Casebre

Erguido no alto da montanha qual castelo altaneiro resistia de pé como árvore cujas raízes se afundavam sem dó na terra que as aconchega… Foi durante anos motivo para sonhos com rocambolescas histórias que se desenvolveriam no seu interior ou na cerca que o rodeava, mas os tempos iam passando e acercar-me do motivo das minhas fantasias ou das minhas noites mal dormidas isso é que não. Talvez pelas histórias que se contavam sobre o dito casebre ou porque a curiosidade ainda não havia atingido o seu auge.
O sopé da montanha era o palco desejado para as tropelias e brincadeiras próprias de quem é criança, cambalhotas na relva verdejante, corridas nas imensas tardes de verão, o jogo da apanhada e outros que tais, mas subir a encosta para descobrir tesouros no velho casebre… anda cá se queres… nem o mais ousado reunira coragem suficiente. Contudo o casebre continuava a preencher os sonhos da criançada, certo tarde um teve uma ideia:
- E se fossemos todos juntos?
Logo outro cheio de coragem disse – sim era melhor se fossemos todos juntos.
Ficara decidido iriam todos juntos. Agora era preciso combinar qual o dia e de que maneira se escapariam ao olhar atento dos pais, sim porque o aviso era claro: “podiam brincar no sopé da montanha, mas ai de quem se atrevesse a subir a encosta”.
Foram dias de agitação, cada vez mais aumentava o desejo de descobrir o que a casa escondia no seu interior e qual a razão de tal proibição.
Continua...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

... alvo do meu amor...

Ferbikes


Lá longe no horizonte brilhava
Algo que cativava o meu olhar
E desatento seguia o meu caminho
Teimando em não ver o brilho cintilante…

Caminhando fui-me apercebendo
Que a distância entre mim e o brilho ia diminuindo
Pensava já em algum tesouro deixado
Para trás por um qualquer caminhante
Que na corrida desenfreada pela vida
Esquecera aquilo que guardara tão ciosamente…

Sonhava o que faria com o valioso achado
Que tipo de desejo iria realizar
Talvez umas merecidas férias…

Finalmente encontrava-se diante de mim
Aquilo que me cativou ao longe
Quem Te teria abandonado
Meu Jesus quem Te deixara para trás
Qual objecto sem valor…

Ali jazia o Crucificado
O tesouro maior e alvo prioritário do meu amor…

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Arte da vida


A grande arte da vida é fazeres da tua vida uma obra de arte. Mesmo que não escrevas livros, és o escritor da tua vida. Mesmo que não sejas o Miguel Ângelo, podes fazer da tua vida uma obra-prima.

Autor desconhecido